Guarda municipal é afastado a pedido do MP no Paraná sob acusação de apologia ao nazismo nas redes sociais
Caso aconteceu em Telêmaco Borba. Gabriel Henrique Urbano se tornou réu na Justiça pelo crime de incitar a discriminação de raça. Defesa dele diz que denÃ...

Caso aconteceu em Telêmaco Borba. Gabriel Henrique Urbano se tornou réu na Justiça pelo crime de incitar a discriminação de raça. Defesa dele diz que denúncia do MP foi baseada em 'fake news'. Guarda é afastado por apologia ao nazismo em Telêmaco Borba Um guarda municipal de Telêmaco Borba, nos Campos Gerais do Paraná, foi afastado do cargo e se tornou réu na Justiça após o Ministério Público (MP-PR) denunciá-lo por apologia ao nazismo nas redes sociais. O g1 apurou que o guarda é Gabriel Henrique Urbano, servidor concursado da prefeitura municipal desde dezembro de 2023. A defesa dele nega que Gabriel tenha feito publicações de cunho nazista e diz que o MP formalizo denúncia contra ele baseado em "fake news". Leia a manifestação abaixo. ✅ Siga o g1 PR no Instagram ✅ Siga o canal do g1 Ponta Grossa no WhatsApp Na denúncia contra Gabriel, o MP dz que ele postou uma foto uniformizado, ao lado de colegas da corporação, com a legenda "Arbeit macht frei" ("O trabalho liberta", em alemão), frase que ficava em pórticos de campos de concentração, como o de Auschwitz, na Polônia. Segundo a promotora Thaisy Prado Marra, o guarda é acusado de realizar, no mÃnimo, três postagens com referência aos regimes totalitários. Até a publicação desta reportagem, o MP não havia divulgado as imagens das postagens feitas por Gabriel. A decisão pelo afastamento foi oficializada na noite de terça-feira (17) pela juÃza Patricia Aleixo Chigueira Nilo, de Telêmaco Borba. No documento, ela determina o afastamento imediato do agente público das funções, com entrega da arma e demais equipamentos funcionais, pelo prazo de três meses – que poderá ser renovado. "Na decisão, o Poder Judiciário destacou que a prática de atos discriminatórios no exercÃcio do cargo demonstra incompatibilidade com os deveres funcionais, especialmente em razão da gravidade das mensagens veiculadas", explica a promotora Thaisy. Em nota, a Prefeitura de Telêmaco Borba disse que ainda não foi notificada sobre a decisão. Leia também: 'Rir para não chorar': Jovem que capotou carro e fez pose para foto ao lado do veÃculo diz que usou do bom humor para lidar com prejuÃzo Mulher mantida em cárcere fingiu desmaio para pedir socorro em hospital: 'Se ele desconfiasse que eu estava pedindo ajuda, ia me matar' 'Aropoti', 'Tomzina': Placas com erros em nomes de cidades são instaladas por concessionária em rodovia do Paraná Denúncia foi feita pelo Ministério Público do Paraná RPC Crime A denúncia do MP aponta que Gabriel Henrique Urbano fez postagens com referências ao nazismo em uma rede social. De acordo com o órgão, o guarda municipal citou frases de Adolf Hitler e Benito Mussolini, ditadores nazista e fascista que atuaram na Europa na primeira metade do século 20. Na decisão judicial que determina o afastamento do cargo e o torna réu, a juÃza Patricia Aleixo Chigueira Nilo ressalta que o servidor fez referências explÃcitas a ideologias dos dois regimes, aproveitando-se, inclusive, de frases utilizadas como instrumento de propaganda e manipulação psicológica. "As publicações foram realizadas pelo denunciado no exercÃcio de sua função como guarda municipal, inclusive em uma fotografia em que aparece fardado, armado e acompanhado de outros guardas, vinculando a imagem da Guarda Municipal de Telêmaco Borba a ideologias discriminatórias", destaca a juÃza. Na mesma decisão, a juÃza levou em consideração o cargo público de Gabriel Henrique Urbano. "O denunciado, como guarda municipal, exerce função pública que envolve autoridade, porte de arma e responsabilidade pela segurança pública. A prática de atos discriminatórios no exercÃcio do cargo demonstra incompatibilidade com os deveres funcionais, especialmente em razão da gravidade das mensagens veiculadas", cita a magistrada. Gabriel responderá por incitar a discriminação de raça, crime previsto na Lei nº 7.716/1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. Segundo o MP, a pena prevista para o crime vai de dois a cinco anos de prisão, e pode ser aumentada em até metade quando cometida por funcionário público – como é o caso do denunciado. Além da condenação à s penas previstas na legislação, o órgão também requer que, ao final do processo, seja decretada a perda do cargo pelo réu. Defesa nega crime Os advogados de Gabriel dizem que a denúncia do MP foi baseada em prints com imagens "manipuladas e adulteradas" e acusam o órgão de não ter verificado a veracidade das capturas de tela. "O Sr. Gabriel não fez nenhuma publicação com apologia ao nazismo. As imagens utilizadas na denúncia foram editadas e o Ministério Público não diligenciou e nãose preocupou em verificar sua confiabilidade. Infelizmente negligenciou a busca da verdade. Pelo contrário, ao denunciar o Sr. Gabriel, o Ministério Público difundiu, propagou e veiculou fake news, levando a erro o Poder Judiciário [...] Conclusões precipitadas geram injustiças e efeitos irreversÃveis na vida do acusado injustamente". VÃdeos mais assistidos do g1 PR: U Leia mais notÃcias da região em g1 Campos Gerais e Sul