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Incra inicia avaliação de terras indígenas para demarcação no oeste do Paraná

Trabalho atenderá 31 comunidades indígenas. Região vive conflitos fundiários e foi alvo de acordo homologado pelo STF. Conflitos envolvendo indígenas no Pa...

Incra inicia avaliação de terras indígenas para demarcação no oeste do Paraná
Incra inicia avaliação de terras indígenas para demarcação no oeste do Paraná (Foto: Reprodução)

Trabalho atenderá 31 comunidades indígenas. Região vive conflitos fundiários e foi alvo de acordo homologado pelo STF. Conflitos envolvendo indígenas no Paraná RPC O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) inicia nesta segunda-feira (23) a avaliação das terras que serão adquiridas pela Itaipu Binacional para demarcação de áreas destinadas a comunidades indígenas no oeste do Paraná. Segundo o órgão, serão realizadas análises sobre cada propriedade, trabalhos cartográficos e avaliação de campo em 23 áreas previamente identificadas pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), que totalizam aproximadamente 2.692 hectares. ✅ Siga o g1 PR no Instagram ✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp Segundo a Itaipu, as terras atenderão 31 comunidades indígenas situadas nas Terras Indígenas (TIs) Tekoha Guasu Guavirá e Tekoha Guasu Okoy Jakutinga. As comunidades estão distribuídas entre os municípios de Guaíra, Terra Roxa, Foz do Iguaçu, São Miguel do Iguaçu, Missal, Itaipulândia e Santa Helena, e reúnem cerca de 6 mil pessoas. Serão 23 áreas analisadas, que somam cerca de 3 mil hectares, diz o Incra Gabriel Trinetto/Matheus Cavalheiro/RPC Segundo Celso Japoty, coordenador da Funai em Guaíra, ainda não é possível divulgar quais áreas serão avaliadas, pois o processo inclui etapas como análise técnica e posterior negociação com os proprietários. A previsão é que os trabalhos sejam concluídos até o dia 30 de agosto. Relembre conflitos recentes na região: Indígena baleado em confronto no Paraná perdeu movimentos do corpo Quatro indígenas Avá-Guarani são baleados em novo conflito no Paraná Indígenas ficam feridos após novo conflito em área em disputa Novo conflito entre indígenas e agricultores deixa feridos em área de disputa Prioridade para áreas em conflito De acordo com a Comissão de Conflitos Fundiários do Tribunal de Justiça do Paraná, ainda não está definido quais aldeias serão atendidas nesta primeira etapa. No entanto, a orientação é priorizar os territórios com maior histórico de tensão, como a aldeia Yvy Okaju, em Guaíra, palco de conflitos recentes. Um levantamento da Comissão Guarani Yvyrupa (CGY) aponta que a TI Tekoha Guasu Guavirá abriga 14 aldeias, está sobreposta a 378 propriedades rurais e sofre forte pressão do agronegócio. Conflitos entre indígenas e agricultores são registrados no oeste do Paraná Artes/RPC Atualmente, mais de 60% da área delimitada está ocupada por lavouras de soja e milho, enquanto as comunidades indígenas ocupam menos de 1% do território, segundo a CGY. A área da TI Tekoha Guasu Guavirá é alvo de 30 ações judiciais, incluindo processos de reintegração de posse e interditos proibitórios, além de litígios movidos por prefeituras e pela Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep). Acordo histórico Itaipu se compromete a comprar terras para 31 comunidades indígenas deslocadas na construção da usina, há 44 anos Jornal Nacional/ Reprodução O início da avaliação das terras é uma etapa prevista no acordo de conciliação homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em março deste ano. O entendimento autoriza a Itaipu Binacional a comprar, em caráter emergencial, 3 mil hectares de terras para atender as comunidades indígenas afetadas pela construção da usina hidrelétrica. O valor destinado para a compra das áreas é de até R$ 240 milhões, recurso disponibilizado pela própria Itaipu. Em carta pública divulgada após a homologação, a comunidade Avá-Guarani classificou o acordo como um “misto de alívio e decepção”. “Alívio porque durante todo o ano de 2024 e no início de 2025 nossas famílias sofreram ataques violentos com armas de fogo que deixaram pessoas feridas, pais e mães sem dormir e crianças traumatizadas”, diz o documento. VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias da região em g1 Oeste e Sudoeste.